Tudo que escrevemos

Isto sinto e isto escrevo Perfeitamente sabedor e sem que não veja Que são cinco horas do amanhecer e que o sol , que ainda não mostrou a cabeça Por cima do muro do horizonte, Ainda assim já se lhe vêem as pontas dos dedos Agarrando o cimo do muro Do horizonte cheio de montes baixos. Fernando Pessoa

sábado, junho 11, 2011

Saudades.. FELIZ DIA DOS NAMORADOS




SAUDADES...

As saudades são assim ..
Surgem como sombra
Crescem como as relvas
E nos espeta
Tal qual as rosas com seus espinhos, aromas e cores
Tão delicadas são as rosas
Surgem como botão e se tornam especiais para quem as admira
O amor deixa saudades
Que se tornam mais fortes e decididas
Na busca do encontro com o outro .
FELIZ DIA DOS NAMORADOS !!!!

Silvia B.

quinta-feira, outubro 14, 2010

Esperando Godot....

http://www.dailymotion.com/video/x691kf_en-attendant-godot-extrait-01_shortfilms?start=78#from=embed

domingo, dezembro 06, 2009

ALGUMA POESIA

sábado, agosto 08, 2009




“Quando estás comigo, o amor não me deixa dormir. E quando não estás comigo, as lágrimas não me deixam dormir.

Teu amor chegou ao meu coração e partiu feliz. Depois retornou e me colocou o gosto do amor. Mas mais uma vez foi embora. Timidamente lhe pedi que ficasse comigo alguns dias. Então veio, sentou-se junto a mim e se esqueceu de partir.”

Rumi

terça-feira, dezembro 30, 2008

Introspecção



Introspecção
Vinicius de Moraes


Nuvens lentas passavam
Quando eu olhei o céu.
Eu senti na minha alma a dor do céu
Que nunca poderá ser sempre calmo.

Quando eu olhei a árvore perdida
Não vi ninhos nem pássaros.
Eu senti na minha alma a dor da árvore
Esgalhada e sozinha
Sem pássaros cantando nos seus ninhos.

Quando eu olhei minha alma
Vi a treva.
Eu senti no céu e na árvore perdida
A dor da treva que vive na minha alma.


Rio de Janeiro, 1933
in O caminho para a distância
in Poesia completa e prosa: "O sentimento do sublime"

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

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terça-feira, janeiro 01, 2008

Poemas de Bruno Muniz

Texturas
Bruno Muniz


Podem contar comigo.
Por favor, contem comigo.
Me lembro bem tudo o que comi ontem.
Consigo identificar padrões entre todas estas figuras.

Muito me orgulho de minhas competências.
Acontece, que com certa frequência
me acho um completo idiota.
Cheio até o limite do transbordamento.

E quando toda essa substância começar a cair pelo topo de minha cabeça.
Não irão querer-me por perto.

Mas se veio esperando recompensa,
volte. Aqui somente lhe espera o tédio.
Mas se mesmo assim quiser esperar,
pegue as revistas dentro da cesta.

São todas esperanças tão lisas que lhe são apresentadas,
que ao passar a mão pelo papel,
não será capaz de perceber quão ásperas as coisas podem ser.

A areia,
certamente é áspera.

Porém, sem sombra de
dúvidas,
assim são as personalidades.
Não é possível alisá-las.

Eu gosto das sombras,
são sempre um conforto.
Depois do flash, tudo é branco.
Tudo é liso.


Pérolas
Bruno Muniz


Me sinto impossibilitado
de conter o nada.
Mas, no entanto,
Conto às horas algumas histórias.
E elas, de tanto passear,
decidem-se por ficar mais um pouco.

Divirto-as com algumas pérolas
Que rolam pela minha sala, refletindo sob a luz lançada por sobre elas.
Algumas são azuis,
outras, tão parecidas com o chão,
que acabam
por lá mesmo ficar.

Me inflijo a dor do parto.
Mas a inflexão perante sua majestade
me faz rir.
E de tantos contorcionismos mentais
minto sem saber.
Mas mesmo sabendo que mentia,
terminava sempre por falar o que pensava sentir.

Sempre escapo
de dizer o que acho. Mas esconder o ouro
De nada reduz o achado. E achar o outro
é sempre mais difícil do que perder-se no escuro.
Mas essas são todas coisas bobas
ditas por pessoas bobas
sem a menor idéia do que faziam ali. Afinal, o escuro
não é lugar para pessoas bobas.

Mas o inflexível já dava sinais de cansaço.
E o outro, que se encontrava perdido, acabou encontrando um antigo amigo,
também perdido no breu. Tudo terminaria em um lindo final,
não fosse o característico estado em que as coisas se encontravam.

Quantas vezes vou ter de lhe dizer.
Não vale a pena tentar. Não vale a pena tentar-se. Nem vale a pena atentar.
Mais vale, calar-se. Sentar e esperar. Um dia talvez,
saibamos o motivo disso tudo.






Tour de force
Bruno Muniz


Mandaram-me falar isso, mesmo que dessa forma estranha.

Mas quando eu parar de imaginar tudo isso,
aonde estarão meus pés?

Qual será meu viés diante de tantas evidências
que me levam ao mesmo lugar de sempre?

O verbo me faz imaginar uma série de coisas
que eram importantes ontem.

Tento acompanhar.
Malfadado meu esforço,
o passo da música me faz atropelar meu par.
Piso-lhe os pés, provoco reclamações.
Tento demonstrar voluntariedade em aprender,
mas minha apreensão impede-me de progredir.

Contem com o mundo para que ele possa lhe ignorar depois?

Contem tudo, as árvores, os passáros, os litros de toda água que corre em todos os rios e correntes marinhas.

E depois de todo esse esforço sobre-natural,
me digam a conclusão.

Talvez, algum de vocês
seja capaz de traçar a rota de colisão.

Um verbo, um verso, a vértebra. A caixa craniana.
Ainda não consegui me recuperar da cirurgia.
Mas milimetricamente falando, ando muito bem. E se for preciso até corro.
Mas confesso, seria um esforço e tanto.

Não consigo me lembrar bem como vim parar aqui.

Tenho tido muitas oportunidades de falar o que penso.
Mas desperdiço todas elas com piadas de salão.
Felizmente, elas não são muito engraçadas.

Mas como são abundantes as risadas,
todos riem das piadas de um morimbundo.
Como eu adoro visitas!
Vocês não sabem quem veio aqui outro dia?

Ela.

Abra o pão com uma faca de pão.

Passe manteiga com a faca de passar manteiga.

Amor, passa o queijo.

Amor, passa o peixe. Amor, passa a faca de cortar peixe. Amor, passa o vinho. Amor, você trouxe o cálice de vinho?
Vinho tinto não acompanha peixe.
Carne branca se come com vinho branco.

Assim é o hábito.

BRANCO
Bruno Muniz


Não podemos desrespeitar o ritual.

Quando a carne se cala antes da hora de dormir...

Amor, passa um terço.

Enquanto eu estiver com a oração por terminar,
o amém será apenas um preciosismo desnecessário.

Assim como todos os preciosimos e todos instrumentos de precisão utilizados para medir esse amor.

Assim como todos os mundos que podemos ignorar,
pois somos auto-subsistentes.

Tenho outras coisas a dizer: não gosto muito do comportamento dos outros que comigo habitam. Quão estranhas são as suas maneiras. Mas é claro que isso não passa da minha humilde opinião. Não quero aqui de forma alguma desrespeitar ninguém, respeito a idéia de todos. Afinal, o que achariam de mim ao me ouvirem fazendo afirmações assim tão... categóricas.

Outra coisa que muito me incomoda, é a forma como me tratam quando tento acompanhar as pessoas que correm para a floresta. Atiram-me ao chão e de lá sou içado por truculentos senhores. Me prendem então à um artefato um tanto estranho, bastante parecido com uma camiseta, exceto pelo fato de não ter as mangas. Existem faixas que ficam presas a ele, amarradas com tanta força pelos camaradas de branco que quando o retiram estou todo marcado. Começo a desconfiar que não querem que eu alcance aquelas pessoas.


Probabilística

Um batalhão de videntes
seria capaz de prever
os incidentes provenientes de tal decisão?

Em comunhão com os desnudos
tento empreender uma correlação brutal:
nem tudo necessariamente segue de um fato imediatamente anterior.

Assim funciona o expectacional.


A fala de alguém por aí

Por favor,
Queiram me convidar.
Não me ocorrem, senão,
frases feitas
por alguém outro.

Sou atraído por sinais contraditórios:

TENTANDO CAUSAR ALGUM DESVIO DE DIREÇÃO

Mas a rotação em torno do chão, prossegue:
-Qual é a razão disso? Digo... Um cachorro que persegue o rabo?
-Faz um círculo na poeira.
-É claro... Concordo contigo. Mas e aí?
-Sem dúvida, é poeira guardada na eiva.
-Nossa eiva.

Enquanto isso, em algum outro lugar...

Existe sim um navio!
Eu o vi na entrada de uma grandiosa cidade,
toda erguida em pedras brancas
carregadas nas ancas dos seus moradores.

Também ouvi o canto dos seus construtores, que
por ordem do rei dali, a ergueram no alto de um árido monte
com uma bela vista para o oásis (aqui no sentido de qualquer coisa que muito se almeja).

A abundância incentiva comportamentos extravagantes.
E às vezes, por demais vagantes.
Mas como procuravam se estabelecer,
de nada adiantaria o vagar.
O objetivo sim, era ocupar.
Ou melhor, ocupar-se,
pois essa, foi a conclusão que mais tarde chegaram.

Quão bela era a cidade!
Mas agora, nada mais tinham à fazer.

Após ocuparem-se por anos,
afoitos se recolheram para o navio
e partiram em direção à outra virtual metrópole.

Dialogue two:
-Mas vocês querem mesmo colocar outro tijolo nesta construção horrenda? Vocês concordam com esta loucura?
-Não há outra opção, colocaremos outro tijolo de uma maneira ou de outra. Nada pode conter o caminhar do Portiscéfalo.






RUMO A ESTRELA GUIA
E por onde anda.
Não se sabe
os seu pedaços
deixados pra lá,
já não lembram mais ninguém.
Caminhante pela rua estreita
Ante fogueiras do que já foi
Muito normal
Mas hoje um mal
As coisas mudam mas a vida fica
Valores findam
Mas as coisas ricas
Largadas em ruas estreitas como essa
Na qual caminhante eu ouço
Alguma reza
Pedindo não sei
Chuva ou sol
Teto ou voz
Tudo isso passou
Tudo isso passará
E quem foi capaz de aprender
Que de nada adiantam as velas
Se o vento sopra
Na janela
Da alma
Na janela
Da alma
O vento sopra

Retirante rumo a estrela guia
No lombo duro de outro ser
Tento dormir
Tento acordar
As coisas morrem mas a vida insiste
Valores findam
E o amor persiste
Esquecido em planícies tão vastas com essa
Na qual retirante eu ouço
Alguma reza
Pedindo não sei
Chuva ou sol
Teto ou voz

Desviante rumo ao canto imundo
Deito em notícias do que já foi
Muito direito
Hoje meu leito
Tento aprender mas esse não é meu mundo
Como conter se é algo tão profundo?
Essa vontade de ser do meu jeito
rumo a estrela guia
Bruno M.